quinta-feira, 30 de julho de 2009

A história da agricultura brasileira está marcada pela luta entre dois modelos: de propriedade, produção, agroindustrialização, pesquisa, assistência técnica, apropriação da natureza e de modelos tecnológicos. A hegemonia tem sido do latifúndio, da dependência tecnológica do uso intensivo de insumos externos, da monocultura voltada para o mercado externo e do controle da indústria sobre a produção primária. A agricultura camponesa, porém, tem resistido bravamente ao longo da história do Brasil, produzindo em pequenas áreas, com trabalho familiar, com busca contínua da autonomia tecnológica, produzindo para um mercado local e interno, num sistema complexo e integrado de policultivos e de combinação entre produção animal e vegetal. A história da produção camponesa no Brasil tem sido até hoje a história da resistência camponesa.Nos últimos anos de nossa história o conflito de modelos torna-se mais evidente e a luta entre os dois torna-se mais clara. A agricultura latifundiária, ainda mais dependente e vinculada ao monopólio da indústria química, funcional com o mercado internacional de alimentos, mais e mais monocultura, evoluindo na homogeneidade genética e na dependência das tecnologias da engenharia genética de laboratório, da informática e do geoprocessamento por satélites. Tecnologias caras, dispensáveis, inacessíveis às maiorias e, na maior parte das vezes, desnecessárias.A Agricultura camponesa busca caminho próprio na sua viabilização através do associativismo e do cooperativismo, da produção para o autoconsumo familiar, e da economia solidária, da industrialização e do mercado local e regional, reconstruindo a diversidade econômica, com sementes e raças crioulas, biodiversidade vegetal e animal e construindo uma rigorosa base de conhecimentos e recursos tecnológicos orientados por modelos de produção ecológicos. Nessa perspectiva, a agroecologia torna-se uma arma poderosa nas mãos dos camponeses em sua disputa com o agronegócio das multinacionais.
Frei Sérgio Görgen

terça-feira, 28 de julho de 2009

MONSANTO E A AMEAÇA DOS TRANSGÊNICOS NO MUNDO

Monsanto, a maior empresa de biotecnologia e agricultura é produtora de sementes geneticamente modificadas. As sementes Monsanto são alteradas para suportar os efeitos danosos do herbicida Monsanto: Roundup, que dá a companhia US$ 620Milhões/ano e provê 40% de seu lucro operacional.(1) Inicialmente, fazendeiros de todo o mundo acrecitaram que sementes geneticamente modificadas fossem boas para a agricultura moderna, usando Roundup, eles podiam eliminar milhares de ervas "daninhas" enquando nada acontecia à colheita. Antes que os fazendeiros comprem as sementes resistentes ao Roundup, eles são obrigados a assinar um acordo de tecnologia que permite à Monsanto executar investigações e definir "que direitos um fazendeiro tem e não tem em plantar, colher e vender sementes modificadas genéticamente".(2) Isso é ultrajante, mas a Monsanto seguiu adiante pois suas sementes são patenteadas. De acordo com eles, é violaçãodas patentes guardar sementes de colheitas sadias e replantá-las no futuro, ou seja, a Monsanto força os fazendeiros a comprar suas sementes todo ano. De acordo com o Center for Food Safety- CFS(2), o acordo de tecnologia assinado levou a Monsanto a processar agressivamente milhares de fazendeiros que tenham violado a patente das sementes. O fazendeiro deve pagar multa contratual ou ir para a justiça. O CFS afirma que a Monsanto já recolheu mais de US$ 15 MILHÕES só em processos a seu favor(2). Mesmo fazendeiros que nunca compraram sementes Monsanto nem nunca assinaram qualquer acordo com a mesma são alvo dos processos. Se o polen de uma plantação de sementes Monsanto polinizar um campo geneticamente não modificado ou outra fazenda que resulte em plantas viáveis,o fazendeiro é responsável segundo as leis americanas de violação de patente, MESMO QUE NÃO QUEIRA SEMENTES GENETICAMENTE MODIFICADAS EM SUA FAZENDA. A Monsanto tem sido tãobem sucedida em processos para dominar o suprimento de alimentos no mundo que estão prontos para dar o grande salto. Em 14 de Abril de 2009,a companhia processou o Governo da Alemanha por recusar usar sua semente de milho (3)!!!! Embora o milho Monsanto tenha sido permitido na Alemanha desde 2005, a ministra da agricultura Ilse Aigner interrompeu planos da plantação de 8892 acres para a colheita do verão. Aigner afirma ter tido razões legítimas para acreditar que o milho seria um perigo ao meio ambiente. As leis da União Européia permitem que países membros imponham tais restrições mas o processo da Monsanto diz que uma vez que uma planta tenha sido aprovada, não pode ser banida, a menos que evidências científicas provem o perigo. A França baniu sementes de milho Monsanto em 2008 e a Hungria e Austria também planejam fazê-lo embora o European Food Safety Authority tenha concluído que elas não apresentem perigo para humanos ou animais.A senhora Aigner pode estar certa em suas preocupações sobre os efeitos danosos de sementes geneticamente modificadas ao meio ambiente. De acordo com GeneWatch-Reino Unido(4), outras colheitas e plantas silvestres podem ser contaminadas com os genes adicionados ao milho Monsanto. Novas "super hervas daninhas" podem evoluir e tornar ainda maisdifícil ou até mesmo impossível erradicá-las. Poluição decorrentedo uso de herbicidas tóxicos podem aumentar ou diminuir. A vida selvagem pode ser prejudicada por novas toxinas no meio ambiente ou pela mudança nas práticas da agricultura. Nos Estados Unidos, hervas daninhas super-resistentes, resistentes inclusive ao Roundup, estão ameaçando colheitas de algodão e de soja(5). Em 2007, 10 mil acres em Macon County, Georgia, sofreram a praga de hervad daninhas super-resistentes e foram ABANDONADOS. INACREDITAVELMENTE, a Monsanto está encorajando esses fazendeiros a misturar Roundup com outros pesticidas como 2,4-D (ingrediente usado no Agente Laranja, arma química usada na guerra do Vietnã com consequências catastróficas até os dias de hoje). Três países escandinavos baniram o 2,4-D por causar cancer, deficiência cognitiva e danos reprodutivos. Uma vitória do Governo Alemão será uma vitória para todos nós,um grande passo na derrubada de mega-corporações inescrupulosas que almejam dominar todos os aspectos de nossas vidas, inclusive que comemos e bebemos. Você pode ajudar a melhorar a segurança alimentar e a responsabilidade ambiental visitando o seguinte website e assinando suas petições : http://www.organicconsumers.org/ Referências: http://www.mcspotlight.org/beyond/companies/monsanto.html http://www.centerforfoodsafety.org/pubs/MonsantoExSum1.14.2005.pdf http://www.opednews.com/articles/MEGALOMANIA-by-MONSANTO-by-amicus-curia?e-090422-816.html http://www.genewatch.org/sub-5323225.http://www.france24.com/en/20090418-superweed-explosion-threatens-monsanto-heartlands-genetically-modified-US-crops Fonte: http://organicosdobrasil.blogspot.com/